quinta-feira, 14 de abril de 2011

Praia...pura verdade!

     Chegou verão!  Não ria se for capaz....
     Verão também é sinônimo de pouca roupa e muito chifre,pouca cintura e muita gordura, pouco trabalho e muita micose. Verão é picolé de Kisuco no palito reciclado, é milho cozido na água da torneira, é coco  verde aberto
pra comer a gosminha branca. Verão é prisão de ventre de uma semana e pé inchado que não entra no tênis.
     Mas o principal ponto do verão é...a praia! Ah, como é bela a praia.Os cachorros fazem cocô e as crianças pegam pra fazer coleção.
     Os casais jogam frescobol e acertam a bolinha na  cabeça das véias.Os jovens de jet ski atropelam os surfistas,que por sua vez,miram a prancha pra abrir a cabeça dos banhistas.
     O melhor programa  pra quem vai à praia é chegar bem cedo,antes do sorveteiro, quando o sol ainda
está fraco e as famílias estão chegando.
     Muito bonito ver aquelas pessoas carregando vinte cadeiras,três geladeiras de isopor, cinco guarda sóis,raquete,frango,farofa,toalha, bola, balde,chapéu e prancha, creditando  que estão de férias. Em menos de cinqüenta minutos, todos já estão instalados,besuntados e prontos pra enterrar a avó na areia.
     E as crianças? Ah, que gracinhas! Os  bebês chorando de desidratação,as crianças pequenas se socando por uma conchinha do mar,os adolescentes ouvindo walkman enquanto dormem. As mulheres  também têm muita diversão na
praia,como buscar o filho afogado e caminhar vinte quilômetros pra encontrar o outro pé do chinelo. Já os homens ficam com as  tarefas mais chatas, como perfurar o poço pra fincar o cabo do guarda-sol. É  mais fácil achar petróleo do que conseguir fazer o guarda-sol ficar em  pé.
     Mas tudo isso não conta, diante  da alegria, da felicidade, da maravilha que é entrar no mar! Aquela água tão  cristalina, que dá pra ver os cardumes de latinha de cerveja no fundo. Aquela  sensação de boiar na salmoura como um pepino em conserva.
     Depois de um  belo banho de mar, com o rego cheio de sal e a periquita cheia de areia, vem  aquela vontade de fritar na chapa. A gente abre a esteira velha, com o cheiro de  velório de bode, bota o chapéu, os oculos escuros e puxa um ronco  bacaninha.
     Isso é paz, isso é amor, isso é o absurdo do calor!!!!! Mas,  claro, tudo tem seu lado bom. E à noite o sol vai embora, todo mundo volta  pra casa tostado e vermelho como mortadela, toma banho e deixa o sabonete cheio  de areia pro próximo. O Shampoo acaba e a gente acaba lavando a cabeça com qualquer coisa, desde creme de barbear até desinfetante de privada. As toalhas,  com aquele cheirinho de mofo que só a casa da praia oferece. Aí,uma bela  macarronada pra entupir o bucho e uma dormidinha na rede pra
adquirir um bom  torcicolo e ralar as costas queimadas.
     O dia termina com uma boa rodada  de tranca e uma briga em família. Todo mundo vai dormir bêbado e emburrado,  babando na fronha e torcendo, pra que na manhã seguinte, faça aquele sol e todo  mundo possa se encontrar o mesmo inferno tropical...
     Qualquer semelhança  com a vida real, é uma mera coincidência.

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